O papel do sistema nervoso na sarcopenia e atrofia muscular com o envelhecimento: treinamento de força como contramedida

O envelhecimento provoca a perda de neurônios motores espinhais por apoptose, diminuição do sinal do fator de crescimento semelhante à insulina, elevação dos níveis de citocinas circulantes e estresse oxidativo celular.

Essa perda de neurônios motores espinhais está associada à redução do número e do tamanho das fibras musculares (sarcopenia), que afeta o desempenho mecânico muscular e a capacidade funcional nas tarefas diárias.

Além disso, a força muscular máxima, a potência e a taxa de desenvolvimento de força diminuem com a idade, mesmo em atletas bem treinados. A função mecânica muscular é prejudicada e parcialmente causada pela alteração na função neuromuscular, que envolve mudanças na frequência máxima de disparo dos neurônios motores, na ativação muscular agonista, na coativação muscular antagonista, na estabilidade da força e na circuitaria inibitória espinhal.

O treinamento de força pode ser uma estratégia eficaz para indivíduos idosos, inclusive os muito idosos (acima de 80 anos), pois estimula a hipertrofia muscular e a função neuromuscular. Essas mudanças resultam em uma melhora da capacidade funcional nas atividades da vida diária.

Este artigo revisa as alterações na organização e na função neuromuscular causadas pelo envelhecimento, relacionando-as com a atrofia muscular e a sarcopenia na velhice. O artigo também discute o papel do treinamento de força como contramedida para recuperar a capacidade e a função neuromuscular no indivíduo envelhecido.

Efeitos da atividade física na perda de neurônios motores relacionada à idade:
Será que o treinamento ou o exercício físico regular podem prevenir a redução no número de neurônios motores espinhais e axônios motores periféricos causada pelo envelhecimento? 

A resposta parece ser um 'não' definitivo. No entanto, certos tipos de exercício (por exemplo, treinamento de força) podem provocar mudanças adaptativas na função muscular e do SNC que, em grande parte, podem compensar a perda de neurônios motores induzida pela idade.

Mudanças na massa muscular com o envelhecimento (sarcopenia):
O envelhecimento está associado a uma perda de massa muscular que resulta da diminuição do número de fibras musculares e da atrofia das fibras musculares remanescentes, acompanhada por um aumento na infiltração de tecido não contrátil (colágeno, gordura). 

Alguns músculos podem começar a perder fibras musculares em uma idade relativamente precoce, enquanto outros músculos podem apresentar um declínio acelerado a partir da sexta década. A atrofia das fibras musculares individuais é observada na velhice, sendo as fibras musculares do tipo II mais afetadas do que as do tipo I. 

A atrofia das fibras musculares deve-se, em parte, à redução da síntese de proteínas miofibrilares na velhice. Embora não seja uma constatação universal, indivíduos idosos podem ter quantidades menores de células satélites miogênicas que podem contribuir para a diminuição do tamanho das fibras musculares relacionada à idade.

Mudanças na função mecânica muscular com o envelhecimento:
A deterioração da função neuromuscular e a perda de massa muscular esquelética associada ao envelhecimento têm consequências significativas para a função mecânica muscular. 

Assim, ocorrem reduções acentuadas na força muscular máxima, potência e taxa de desenvolvimento de força com o envelhecimento, mesmo quando indivíduos idosos cronicamente treinados em força são comparados ao longo da faixa etária. A perda

O treinamento de força em idosos melhora a função muscular mecânica e, frequentemente, a capacidade funcional nas tarefas do dia a dia, especialmente em idosos frágeis ou muito velhos. 

Um estudo clássico mostrou que idosos muito velhos e frágeis (87,1 anos) que moravam em asilos aumentaram em 28% a velocidade de subir escadas e em 12% a velocidade máxima de caminhar depois do treinamento de força. 

Resultados parecidos foram encontrados em idosos que fizeram cirurgia de substituição de quadril e que melhoraram de 28 a 30% na velocidade máxima de caminhada, no tempo para sentar e levantar cinco vezes e na velocidade de subir escadas após 12 semanas de treinamento de força.

Conclusões:
O envelhecimento causa perda de neurônios motores espinhais por apoptose, diminuição do sinal do IGF-1, aumento das citocinas circulantes e estresse oxidativo celular. A perda de neurônios motores espinhais acompanha a redução do número e tamanho das fibras musculares (sarcopenia), o que prejudica o desempenho muscular mecânico e a capacidade funcional nas tarefas diárias.

Acredita-se que o músculo sarcopênico não tenha pouca capacidade de adaptação, mas sim uma dificuldade para re-inervar as fibras musculares desinervadas, o que leva à perda de massa muscular com o avançar da idade.

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